As startups são empresas de dimensões e operações enxutas, mas que investem muito em tecnologia para que os seus negócios cresçam e ganhem escalabilidade. Em geral, são organizações que apresentam algum tipo de inovação aos segmentos em que estão inseridas. Por isso, têm potencial para fazer muito sucesso, mas, até que isso ocorra, pode ser complicado encontrar bons investidores.
Os próprios empreendedores, os sócios e os fundos de venture capital são alternativas de fontes de investimentos. Além disso, há também o chamado investidor-anjo, cuja atuação se dá para alavancar a startup depois que o negócio já foi iniciado. Neste artigo, você vai saber tudo sobre como tornar-se um investidor-anjo. Continue a leitura e descubra!
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Investidor-anjo: o que é?
O termo investidor-anjo surgiu em Nova York, na década de 1920. Nessa época, os teatros da Broadway se popularizavam, mas os custos para a produção dos espetáculos ainda era bastante alto. Assim, alguns empresários passaram a apoiar financeiramente os produtores, recebendo em troca uma participação nos lucros obtidos. Esses investidores foram apelidados de “anjos”.
Nos dias atuais, o investidor-anjo é a pessoa física que investe parte do seu próprio patrimônio em empresas que representam um bom potencial de lucro, como as startups. No entanto, eles não ajudam apenas as finanças da empresa, mas também contribuem com o seu conhecimento e experiência. Por isso, esse tipo de investidor geralmente escolhe organizações de áreas com as quais ele tenha alguma afinidade.
Esses investidores são pessoas físicas, em oposição às aceleradoras, que são pessoas jurídicas. Os investidores-anjo compartilham o seu conhecimento, disponibilizam a sua rede de contatos, oferecem mentorias e até mesmo promovem treinamentos nas startups em que investem.
Como está o mercado desse tipo de investimento?
Por mais que o Brasil e o mundo em geral estejam vivenciando instabilidades econômicas, é fato que o mercado de investidores-anjo, que ainda é relativamente novo no nosso país, tem crescido. Contudo, ainda “engatinhamos” no setor. Segundo dados de 2020 da instituição “Anjos do Brasil”, os EUA investiram US$ 21 bi no ano, enquanto que, no Brasil, foram investidos R$ 851 mi, nesse tipo de investimento.
Por lei, o investidor-anjo não pode ser considerado sócio da empresa e não pode responder por dívidas dela. Assim, a lei ampara esse investidor, o que é um incentivo para que esse mecanismo cresça no país. Além disso, como a poupança e outros investimentos não têm rendido muito, essa pode ser uma opção mais interessante para quem pode investir um pouco mais. Isso faz com que as empresas e a economia geral do país progridam, na medida em que essa modalidade se torne mais popular.
Por que investir nesse segmento?
Investir em empresas iniciantes, mas com bons potenciais de crescimento, pode ter as suas vantagens. Há 3 principais, conforme você conferirá a seguir.
1. Potencial lucrativo alto
Com franqueza, é preciso admitir que investir em uma empresa que ainda não se firmou no mercado apresenta um risco elevado. No entanto, quando uma startup se consolida, é fato que os seus retornos são igualmente elevados, superando bastante o capital investido e a rentabilidade de vários outros tipos de investimento, como a renda fixa.
2. Inovação e tecnologia
Além do retorno financeiro, os especialistas nesse tipo de investimento afirmam que há um benefício intangível em ser um investidor-anjo. Esse benefício é o ato de apoiar e estimular soluções tecnológicas e criativas, que revolucionam os segmentos da economia e proporcionam soluções inovadoras e transformadoras para diversos problemas encontrados na sociedade. A ideia de mudar o mundo, mas sem a obrigação de ser o empreendedor, é um ponto que atrai pessoas para a modalidade.
3. Propósitos pessoais
Por fim, outro benefício encontrado pelos investidores-anjo é alinhar os ganhos financeiros com uma sensação de realização pessoal. Para muitos deles, investir em startups é ajudar as gerações futuras, retribuindo ao mercado pela ajuda que eles mesmos receberam no início das suas vidas profissionais. Além disso, há diversas startups que atuam com causas específicas, como a ecologia, o empreendedorismo feminino etc., indo ao encontro dos valores de muitos desses investidores.
O que é preciso para ser um investidor-anjo?
Em geral, os valores investidos pelos investidores-anjo nas startups costumam ser de no mínimo R$20 mil. No entanto, há casos em que as quantias passam de R$600 mil. Com frequência, esses investidores são pessoas relativamente bem-sucedidas, que podem ou não ser empreendedores, mas que têm vontade de investir em boas ideias, sobretudo quando elas vão ao encontro dos seus interesses e valores.
Os especialistas na área, contudo, recomendam que um investidor-anjo não comprometa mais do que 10% do seu patrimônio e que diversifiquem os seus investimentos entre diferentes modalidades e, no caso do investimento-anjo, em mais de uma empresa. Isso ajuda a diluir os riscos e a aumentar as possibilidades de ganhos financeiros.
Além do mais, é importante ressaltar que o investimento-anjo vai além do dinheiro. Por isso, é bacana que esses investidores sejam pessoas experientes, compartilhando não apenas o dinheiro, mas também o conhecimento adquirido ao longo da vida. Redes de contatos, experiências práticas e até mesmo cursos e mentorias podem ser contribuições que vão além da verba investida. Assim, o empreendedor experiente ajuda quem está começando a progredir e a prosperar.
Quais são as possibilidades de retorno?
O investidor-anjo não é o idealizador da empresa. Ele é alguém que “compra” uma ideia já existente e ajuda o empreendimento a tomar forma, validando o seu modelo de negócios e viabilizando a sua atuação no mercado. Assim, além de investir dinheiro, ele também ajuda com os seus conhecimentos e com a sua rede de contatos, atraindo cada vez mais investidores e conduzindo as rodadas de investimento.
O retorno sobre esse tipo de ação é de médio a longo prazo. Como essa modalidade é nova no Brasil, ainda não há dados sobre o retorno financeiro dela, mas, de acordo com os dados internacionais, bons retornos costumam ser identificados entre 5 e 10 anos do início do processo.
O investidor-anjo, portanto, é uma pessoa física, geralmente mais experiente, que auxilia empresas iniciantes, sobretudo as startups, a dar forma aos seus negócios e a viabilizar financeiramente o projeto. Os resultados podem demorar a vir, mas certamente tendem a ser superiores a diversos outros tipos de investimentos. Além disso, é uma maneira de estimular o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico do país.
E você, querida pessoa, já pensou em ser um investidor-anjo? Como? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!