A ocitocina é um neurotransmissor importante. Talvez você já tenha ouvido falar nela como o “hormônio do amor”, afinal de contas, essa substância é produzida e ativada quando nos apaixonamos. No entanto, o amor que um pai sente por um filho e até mesmo as relações de amizade que construímos ao longo da vida também são marcadas pela presença da ocitocina.

Ao lado da dopamina, da serotonina e da endorfina, a ocitocina faz parte do grupo dos chamados “hormônios da felicidade”, pois geram sensação de bem-estar. Segundo os psicólogos, a generosidade, a empatia e a construção de relacionamentos interpessoais saudáveis estão entre os seus principais desdobramentos. Neste artigo, vamos conhecer 12 efeitos desse importante neurotransmissor. Continue a leitura e saiba mais!

1. Indução do parto normal

Ao fim da gestação, a presença da ocitocina é apontada como relevante na indução do parto normal. Segundo a comunidade médica, o neurotransmissor estimula as contrações uterinas e a abertura do colo do útero para a passagem do bebê. Por isso, quando o parto apresenta lentidão, alguns médicos utilizam medicamentos à base de ocitocina sintética para induzi-lo. Mesmo após o parto, a ocitocina continua ativa no organismo da mãe, com o objetivo de diminuir a hemorragia.

2. Amamentação

A ocitocina é um importante neurotransmissor na produção do leite materno. A própria sucção do bebê no seio materno gera impulsos elétricos que estimulam a liberação da substância. Então, o hormônio é liberado na corrente sanguínea, por onde chega até as glândulas mamárias e promove a liberação do leite. Assim, o próprio bebê acaba ingerindo essa substância, o que também estimula a criação de um vínculo afetivo poderoso com a mãe.

3. Carinho entre pais e filhos

Além da criação desse vínculo direto com a mãe, a ocitocina também é liberada quando o bebê tem contato com o pai, o que também se vê no caso de pais adotivos. Especialmente nos primeiros meses de vida do bebê, em que ele ainda é extremamente dependente dos pais, esse hormônio ajuda os adultos a cuidarem com mais carinho e paciência daquele pequeno ser, que ainda está tentando compreender o mundo. Cantar, fazer carinho, conversar, tocar, dar banho e alimentar o bebê são ações que estimulam esse hormônio.

4. Estímulo sexual

Tanto nos homens como nas mulheres, a ocitocina é liberada nos momentos de carinho, toque, beijo, abraço e atividade sexual. Esse hormônio favorece a conexão afetiva entre o casal, ao mesmo tempo em que desempenha funções biológicas na reprodução. A substância promove contrações uterinas durante o orgasmo feminino, ao mesmo tempo em que contrai os ductos seminais e estimula a ejaculação nos homens.

5. Melhorias nas habilidades sociais

O ser humano é sociável por natureza, até porque a nossa espécie evoluiu em grupo. Por isso, a ocitocina é também um resquício evolutivo que favorece a sociabilidade entre as pessoas. Assim, a produção desse hormônio estimula e é estimulada pela criação de laços de afeto e amizade. A ocitocina auxilia na empatia e na identificação das emoções do outro, além de favorecer a autoconfiança e a segurança para que possamos nos comunicar com outras pessoas e grupos.

6. Redução do potencial de vício

Um artigo do Progress in Brain Research, publicado em 1999, associou a produção de ocitocina a uma redução no desejo de usar drogas, como a cocaína e o álcool. Por liberar uma sensação de bem-estar, é como se o indivíduo não sentisse essa necessidade de procurar o prazer em uma fonte externa. O estudo também apontou que os sintomas de abstinência podem ser reduzidos na presença desse hormônio.

7. Alívio do estresse

A ocitocina apresenta um efeito antagônico ao cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”. Por isso, essa substância promove no indivíduo uma sensação de relaxamento e bem-estar, desempenhando um efeito calmante. Por conta disso, ela favorece a regulação das emoções e do humor, diminuindo o estresse. Consequentemente, os sintomas de depressão, ansiedade e fobia social são amenizados.

8. Indução do sono

Em consequência do item anterior, o relaxamento e o efeito calmante da ocitocina no organismo do indivíduo favorecem a indução do sono. Assim, as pessoas conseguem cair no sono com mais rapidez e facilidade, além de terem um sono de mais qualidade, daqueles que nos fazem acordar bem-dispostos e revigorados no dia seguinte. Essa tranquilidade combate a insônia e gera um período de repouso verdadeiramente reparador.

9. Promoção da generosidade

Quando uma pessoa vivencia uma liberação de ocitocina na sua corrente sanguínea, ela fica mais propensa a ser empática e altruísta. Em outras palavras, ela consegue se colocar mentalmente no lugar do outro, criar com ele uma conexão e deixar de pensar apenas nos seus próprios interesses. Em consequência disso, o indivíduo fica mais propenso a favores e atos de generosidade. Isso gera um “círculo vicioso do bem”, pois, quanto mais a pessoa pratica essa generosidade, mais ela libera ocitocina.

10. Fortalecimento dos relacionamentos amorosos

Se a ocitocina melhora as relações sexuais, gera afeto e amplia a generosidade e o altruísmo, é claro que esse “combo de empatia” vai fortalecer as relações amorosas. Ele eleva a felicidade, o bem-estar e a satisfação com o parceiro, aumentando, inclusive, a fidelidade do casal. O hormônio diminui a atração por outras pessoas que não sejam o parceiro, pois a pessoa já se sente plena e feliz onde está e com quem está.

11. Efeitos específicos nos homens

Nos homens, conforme citamos, a ocitocina favorece a ejaculação. Além disso, ela aumenta o volume do esperma e atua em conjunto com a testosterona no relaxamento muscular e na diminuição da pressão arterial após o sexo. Outro efeito curioso desse hormônio é que ele pode estimular relações competitivas entre os homens.

12. Um ponto de atenção: segregação

Quando a ocitocina é liberada, ela cria um vínculo de afeto muito forte entre duas ou mais pessoas. Ocorre, porém, uma espécie de “efeito colateral”: se a pessoa ama muito os demais membros do seu grupo, ela pode acabar vendo as demais pessoas como rivais. É por isso que quando há amor, quase sempre há ciúme, pois uma terceira pessoa é vista como ameaça ao afeto que foi criado.

Por isso, há estudos que associam a ocitocina em grandes quantidades ao favoritismo, ao preconceito, à formação de grupos e às segregações. Alguns psicólogos defendem que essa é uma das razões pelas quais torcidas de times esportivos rivais criam relações de inimizade entre si, por vezes chegando a atos violentos. Pode ser uma consequência trazida dos nossos ancestrais, que precisavam se defender de grupos rivais ao longo da história.

Gostou de conhecer os efeitos desse poderoso hormônio sobre o nosso organismo e o nosso comportamento? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!