O estresse e a ansiedade são dois processos orgânicos que fazem parte da vida e que são necessários para a nossa sobrevivência e para a nossa prosperidade. No entanto, quando surgem em excesso, podem comprometer a nossa qualidade de vida e gerar adoecimento.
No estilo de vida moderno, boa parte dos transtornos associados ao estresse e à ansiedade tem a sua origem no trabalho. Neste artigo, vamos compreender como esses problemas surgem nessa área da vida, quais são as suas consequências e o que podemos fazer para trazer esses fatores de volta a níveis saudáveis. Siga em frente e tenha uma ótima leitura!
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Estresse e ansiedade: o que são e quais são as diferenças?
Imagine que você esteja fazendo uma trilha e se depare com uma cobra. Nesse momento, o seu cérebro vai disparar uma série de reações físicas e emocionais para que você escape daquela ameaça o quanto antes: coração acelerado, respiração intensa, tensão muscular, alerta máximo, entre outros. Esse conjunto de reações físicas e mentais que nos prepara para os desafios da vida é o estresse.
Agora, imagine que você esteja seguro na sua casa, mas sabe que, no dia seguinte, precisará voltar àquela trilha. A sua mente, então, começa a cogitar a hipótese de encontrar um animal perigoso novamente, disparando basicamente as mesmas sensações do estresse. Esse processo é a ansiedade, ou seja, a antecipação do medo e do estresse, antes mesmo que você esteja de fato exposto aos riscos.
Esses mecanismos são muito importantes para que as pessoas se preparem para os desafios e possam resolver e prevenir os seus problemas. São meios de defesa, sem os quais não prosperaríamos e sem os quais a espécie humana não teria chegado até aqui. O problema ocorre quando esses processos são desencadeados com muita frequência ou com uma intensidade desproporcional aos eventos causadores, o que constitui um problema de saúde.
Como esses problemas se manifestam no trabalho?
No dia a dia atual, não estamos tão expostos aos animais selvagens. Contudo, os desafios da vida moderna podem desencadear sintomas bem semelhantes aos descritos acima. No trabalho, por exemplo, sentimos esses sintomas antes de uma reunião importante, de um feedback do chefe, de um encontro com um cliente, da entrega de um projeto complexo, de uma apresentação, e por aí vai.
A ansiedade e o estresse no trabalho se manifestam, sobretudo, nas seguintes circunstâncias:
- Excesso de tarefas e responsabilidades para os colaboradores;
- Incompatibilidade entre as atividades solicitadas e as competências dos profissionais;
- Metas muito ousadas, praticamente impossíveis de serem alcançadas;
- Elevada concorrência na área de atuação e competição entre colegas;
- Relacionamento agressivo ou abusivo com os clientes, entre os colegas ou entre os líderes e os liderados (ambiente de trabalho ruim);
- Prazos de entrega de demandas muito apertados ou insuficientes;
- Sobrecarga de trabalho, com muitas horas extras;
- Pouca ou nenhuma importância atribuída à vida pessoal dos colaboradores e à sua saúde física e mental;
- Ausência da infraestrutura adequada ao desenvolvimento das atividades;
- Ausência de reconhecimento do valor do colaborador.
Quais são os sintomas do estresse e da ansiedade?
Agora que você já compreende a diferença entre o estresse e a ansiedade e as circunstâncias em que esses processos ocorrem no trabalho, é importante identificar se isso tem ocorrido com você. Para isso, conheça os sintomas desses problemas:
- Preocupações e angústias constantes com o trabalho, mesmo estando fora dele;
- Falta de ar;
- Agitação;
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Pressão arterial elevada;
- Distúrbios gastrintestinais (enjoo, dor abdominal, diarreia, vômitos etc.);
- Distúrbios do sono (insônia ou sono excessivo);
- Sensação contínua de cansaço, mesmo ao acordar;
- Tensão muscular;
- Distúrbios alimentares (perda de apetite ou alimentação excessiva);
- Dores musculares e de cabeça;
- Infecções frequentes, devido à queda na imunidade provocada pelo estresse;
- Medo e pensamentos acelerados, catastróficos e apreensivos;
- Oscilações de humor e picos de raiva e agressividade;
- Distúrbios sexuais;
- Desmotivação em relação ao trabalho;
- Falta de interesse e de energia, mesmo para outras áreas da vida (amor, família, amigos, lazer etc.).
Quais são as consequências desses problemas?
A ansiedade e o estresse, quando estão acima dos níveis considerados saudáveis, são considerados transtornos mentais, demandando um tratamento médico e psicológico imediato. Sem esse tratamento, o indivíduo vivenciará os sintomas acima com frequência e intensidade cada vez maiores.
Em consequência disso, certamente essa pessoa terá problemas de relacionamento com todos os que estiverem ao seu redor: familiares, amigos, vizinhos, além, é claro, dos próprios chefes e colegas de trabalho. Além disso, esses transtornos aumentam a desmotivação, a ocorrência de erros nas atividades profissionais, a desatenção, os atrasos, as faltas e até mesmo as demissões.
Em longo prazo, o indivíduo pode perder a motivação com a vida profissional e até mesmo com outras áreas da vida, podendo cair em um quadro de depressão. Outra doença associada ao quadro é a chamada síndrome de burnout, uma espécie de esgotamento físico e mental derivado justamente do estresse no trabalho.
Quando esses problemas se instalam, não apenas a vida do indivíduo é prejudicada, mas também o próprio desempenho das empresas. Um clima organizacional negativo e a sobrecarga de trabalho aumentam as faltas, os atrasos e o turnover, ou seja, a rotatividade de colaboradores. Com isso, fica difícil fidelizá-los, e a empresa perde dinheiro e oportunidades de crescimento.
O que fazer para resolver a questão?
Para resolver o problema, é fundamental que a pessoa que o esteja enfrentando procure ajuda. Os médicos psiquiatras e os psicólogos unem o tratamento medicamentoso à psicoterapia, de modo que o indivíduo traga os seus níveis de ansiedade e estresse novamente a padrões saudáveis. Isso permitirá que ele reorganize os seus pensamentos e consiga agir de forma mais construtiva para resolver e prevenir os seus problemas.
Práticas paralelas, como a reeducação alimentar, a higiene do sono, o descanso adequado, o bom convívio com os amigos e familiares, os momentos de lazer, a meditação e a prática regular de exercícios físicos contribuem consideravelmente com o tratamento e com a prevenção desses quadros.
Além disso, é fundamental que as organizações desenvolvam mais consciência acerca da saúde mental dos seus colaboradores. O excesso de trabalho, o comportamento abusivo dos líderes, a infraestrutura precária, a desorganização, a falta de transparência, a ausência de possibilidades de crescimento e a baixa remuneração são fatores de risco para o desenvolvimento desses quadros. Sem essa mudança nos ambientes de trabalho, os casos de estresse e ansiedade continuarão a crescer.
Por isso, se você sente que está em um ambiente tóxico, em que a sua saúde mental não é uma prioridade, não hesite em mudar de emprego. Você não merece passar por isso. Coloque as dicas acima em prática e cuide-se!
E você, ser de luz, já teve alguma experiência com o estresse e/ou com a ansiedade no trabalho? Como lidou/lida com esse tipo de situação? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
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