Algumas pessoas entendem que demonstrar sentimentos é um sinal de fraqueza. Até mesmo a frase machista que diz que “homem não chora” reforça esse posicionamento. Contudo, é sabido que reprimir emoções causa problemas à saúde física e mental. Além disso, é por meio das emoções que reagimos aos acontecimentos do mundo e que criamos (ou quebramos) vínculos afetivos com as pessoas.

Se as emoções fazem parte das nossas vidas, elas têm alguma função de existir. Por isso, fica aqui o questionamento: demonstrar as emoções é bom ou pode não ser recomendado em algumas situações? Para descobrir a resposta, continue a leitura deste artigo.

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Por que algumas pessoas têm medo de demonstrar o que sentem?

Antes de falar dos benefícios da demonstração das emoções, vamos entender melhor os motivos que levam algumas pessoas a preferirem a repressão daquilo que sentem. Há três razões básicas para que isso ocorra:

1. Perfeccionismo

O perfeccionismo é aquela palavra que soa bem nas entrevistas de emprego, mas que é muito problemática no dia a dia. Isso ocorre pelo simples fato de que a perfeição não existe. As pessoas não são robôs que suportam tudo aquilo que lhes mandam fazer. Elas têm sentimentos, choram de tristeza, vibram de alegria, explodem de raiva. Isso é natural, faz parte da experiência humana. Ninguém vive apenas de positividade, de modo que ter sentimentos negativos, embora desagradável, é natural.

2. Receio de ser rejeitado

Na vida, em tudo aquilo que fazemos, somos julgados por outras pessoas. Sempre haverá aquelas que nos amam e nos apoiam, mas sempre haverá também aquelas que nos criticam. Quando deixamos de demonstrar nossas emoções e opiniões para tentar agradar a todos, duas consequências terríveis aparecem: a primeira é que nos frustramos (pois é impossível agradar a todos) e a segunda é que deixamos de ser nós mesmos, o que nos leva a sofrer. Portanto, expresse o que você sente!

3. Problemas de autoestima

PSC

Pessoas que têm medo da opinião dos outros geralmente têm problemas de autoestima, ou seja, não se aceitam do jeito que são. É claro que todos nós temos falhas e precisamos agir no sentido de melhorar continuamente. Porém, ninguém precisa esconder os sentimentos por julgar-se inferior aos outros. Ninguém é melhor do que ninguém, e todos nós temos o direito de sentir e de expressar aquilo que sentimos.

Por que devemos demonstrar sentimentos?

Apesar dessas justificativas, é importante que todo indivíduo se sinta livre para expressar tudo aquilo que se passa em sua mente e em seu coração. O medo da opinião do outro e a vontade de ser perfeito jamais devem superar a desejo de ser feliz. Por isso, seja você mesmo! Se você ainda não está totalmente convencido, confira 6 motivos para deixar transparecer as suas emoções.

1. Evitar problemas de saúde física e mental

Diversos estudos têm apontado que pessoas que não expressam ou não lidam adequadamente com os seus sentimentos têm maiores chances de desenvolver problemas de ordem emocional, como depressão, ansiedade e estresse. Além disso, também é sabido que questões emocionais mal-resolvidas podem até mesmo manifestar sintomas físicos, como dores de cabeça, tensão muscular, hipertensão arterial, insônia e distúrbios gastrintestinais.

Em compensação, quando desabafamos com um amigo ou quando participamos de uma sessão de coaching ou de psicoterapia, “aliviamos” a mente, compartilhando com outro indivíduo o que se passa dentro de nós. O olhar de outra pessoa pode nos ajudar a compreender e a lidar melhor com a situação que estamos vivendo.

2. Criar e fortalecer vínculos afetivos

Você tem amigos? Namorado(a)? Um bom relacionamento com os seus familiares? Já percebeu que todos esses vínculos são emocionalmente afetados? Pois é, sem demonstração de emoções, jamais seríamos capazes de dar e receber afeto, construindo relações de amor ou de amizade.

Da mesma maneira, é também por meio das emoções que identificamos os indivíduos com os quais temos relações tóxicas. Medo, insegurança, indiferença, raiva — todas essas emoções nos sinalizam que há pessoas em nossas vidas que nos fazem mal e de quem é melhor nos afastarmos. As emoções, portanto, nos ajudam a perceber quais vínculos merecer ser mantidos/fortalecidos e quais devem ser interrompidos.

3. Desenvolver o autoconhecimento e a autoestima

As emoções que você sente revelam quem você é de verdade. Elas mostram o que você gosta de fazer, quais são as suas prioridades na vida, quais pessoas você deseja manter por perto etc. Entender as suas emoções e compreender o porquê de elas surgirem é um fator essencial para que você tome decisões certeiras, no sentido de aproximar-se do que o faz verdadeiramente feliz.

Quando tomamos decisões pensando em nosso bem-estar, e não em agradar aos outros, fortalecemos a nossa autoestima, ou seja, a visão que desenvolvemos sobre nós mesmos. Portanto, ouça as suas emoções — elas são muito reveladoras, desde que sejam bem administradas.

4. Libertar-se de crenças limitantes

As nossas emoções estão muito associadas às crenças limitantes que desenvolvemos desde a nossa infância. “Não sou bom o bastante”. “Não nasci para enriquecer”. “Eu sou muito desequilibrado”. Todas essas frases representam crenças que, na maioria das vezes, são frutos do medo ou de ensinamentos inadequadamente recebidos.

Quando uma pessoa sabe administrar e expressar adequadamente as suas emoções, ela começa a questionar esse tipo de crenças, a derrubar tabus e a fortalecer a sua autoconfiança. Esse processo permite que o seu cérebro crie novas conexões neurais, que gradativamente substituem essas crenças limitantes por pensamentos mais construtivos em sua vida.

5. Assumir a responsabilidade por si mesmo

Quando uma pessoa reconhece as suas emoções e as expressa adequadamente, ela entende que essa é a maneira como ela está se sentindo. Para que isso ocorra, é preciso parar de dizer “aquela pessoa faz eu me sentir mal”, mas dizer “eu me sinto mal diante daquela pessoa”.

Parece não haver muita diferença entre as frases, mas há uma distinção essencial. Na primeira frase, o indivíduo terceiriza a culpa, colocando-se como vítima. Na segunda, ele entende que as suas emoções são apenas suas, assumindo a responsabilidade por elas. Essa postura reflete maturidade emocional e pode ser o início da resolução de conflitos, por meio do diálogo.

6. Ser genuinamente feliz

Por fim, fica aqui o questionamento mais óbvio: você acha que alguém que reprime as suas emoções e não age como gostaria é alguém verdadeiramente feliz? Pessoas que se escondem sob máscaras e não dizem o que pensam por medo do que os outros vão pensar podem ser consideradas livres? Certamente não.

Portanto, se você deseja ser feliz, acolha as suas emoções, compreenda as suas origens e administre a sua intensidade, de modo que você possa expressá-las de maneira saudável. Apenas certifique-se de desabafar sempre com pessoas de sua total confiança, OK? E quando for fazê-lo, tome cuidado para que as suas palavras não agridam os sentimentos do outro. Assim como você, os outros também têm emoções. É uma via de mão dupla.

A expressão das emoções fará de você uma pessoa mais livre, saudável, confiante e verdadeiramente feliz!

E você, reprime os seus sentimentos ou prefere expressá-los? Deixe o seu comentário no espaço abaixo. Além disso, não se esqueça de compartilhar este artigo com quem mais possa se beneficiar desta reflexão, por meio das suas redes sociais!

Imagem: Por Tonktiti