Quando pensamos no cérebro humano, automaticamente pensamos em uma grande central de inteligência. De fato, esse órgão é o responsável por essa característica, mas o que talvez nem todos saibam é que o cérebro humano é extremamente complexo, composto por diferentes áreas de funções diversas.

Médicos e cientistas se debruçam sobre essa parte tão importante do corpo humano para compreender melhor a sua anatomia e a sua fisiologia. Nesse contexto, surge a clássica pergunta que é título deste artigo: qual é a parte do cérebro responsável pela inteligência? A resposta não é assim tão simples, conforme você verá na leitura a seguir. Acompanhe!

O conceito de inteligência

Em primeiro lugar, precisamos compreender o que exatamente é inteligência. De maneira geral, podemos defini-la como uma capacidade mental que nos possibilita fazer algo de maneira eficaz, o que envolve: compreender situações, raciocinar, aprender novas habilidades, adaptar-se a novas situações e solucionar os problemas identificados.

Dessa forma, a inteligência humana consiste, na verdade, em um conjunto de competências, e não de um fator único. Raciocínio lógico, memória, capacidade de aprendizado, compreensão verbal, noções matemáticas, pensamento crítico, criatividade e habilidades sociais são apenas alguns dos exemplos de como a inteligência pode se manifestar.

Existem diversas teorias sobre o que é a inteligência e como ela se desenvolve e se manifesta, de modo que há divergências sobre o tema até hoje. O consenso, porém, é de que a inteligência é uma combinação de fatores genéticos e ambientais, sendo influenciada pela educação, pelas experiências de vida, pela cultura e pelo contexto social.

Inteligências múltiplas e a sua localização no cérebro

Na década de 1980, o psicólogo estadunidense Howard Gardner propôs uma teoria bastante aceita até os dias de hoje, conhecida como teoria das inteligências múltiplas. Segundo essa teoria, existem diferentes maneiras de expressar a inteligência, sendo que cada indivíduo se destaca em ao menos uma dessas habilidades.

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Entenda melhor quais são esses tipos de inteligência e onde estão localizados no cérebro:

  • Inteligência linguística: uso eficaz das palavras, tanto escritas quanto faladas. Localizada na área de broca.
  • Inteligência lógico-matemática: raciocínio lógico para identificar padrões e resolver problemas numéricos. Localizada na área de broca.
  • Inteligência espacial: capacidade de localização geográfica, direção e movimentação com base nessas relações espaciais. Localizada no hemisfério direito.
  • Inteligência musical: habilidades para compreender, compor e produzir música, bem como apreciá-la. Localizada no hemisfério direito.
  • Inteligência corporal cinestésica: uso estratégico e expressivo do corpo, como em esportes ou na dança. Localizada no hemisfério esquerdo.
  • Inteligência interpessoal: habilidades sociais para compreender e interagir de forma eficaz com o outro. Localizada no lobo frontal.
  • Inteligência intrapessoal: autoconhecimento para compreender a si mesmo — emoções, pensamentos, objetivos, motivações e comportamentos. Localizada no lobo frontal.

Como você pode perceber, considerar uma pessoa inteligente é algo complexo, afinal de contas, há diferentes pontos de vista que podem ser considerados para que possamos chegar a alguma conclusão. Dessa forma, todo mundo é inteligente de alguma forma, e essas inteligências estão localizadas em diferentes partes do cérebro.

A localização da inteligência no cérebro

O lobo frontal

De acordo com os neurocientistas, o lobo frontal, ou seja, a porção da frente do cérebro, é o principal responsável pelo desenvolvimento da inteligência. Essa região está atrelada a uma série de processos muito relacionados ao que entendemos como um indivíduo inteligente:

  • Tomadas de decisão;
  • Movimentos corporais;
  • Fala e linguagem;
  • Atenção e concentração;
  • Organização e planejamento;
  • Expressão da própria personalidade;
  • Administração das emoções;
  • Entre outros.

Ainda segundo os cientistas, pessoas que apresentam problemas em alguma das áreas acima comumente registram também uma diminuição do volume ou da atividade do lobo frontal do cérebro. As tomadas de decisões, por exemplo, dependem das boas conexões que são criadas entre o lobo frontal e as demais regiões cerebrais.

Os neurocientistas ainda recomendam uma série de comportamentos rotineiros que são extremamente importantes para o desenvolvimento dessa região do cérebro, como: conhecer a si mesmo, saber a hora de falar e a hora de ouvir, racionalizar pensamentos, administrar a intensidade dos sentimentos, enfrentar medos, ampliar o contato com a natureza, interagir positivamente com as pessoas, exercitar-se, alimentar-se com equilíbrio, dormir bem e ler.

O córtex pré-frontal

O lobo frontal é uma área relativamente grande do cérebro. Dentro dela, há uma região mais específica, conhecida como córtex pré-frontal, que tem sido muito estudada pelos neurocientistas. Segundo eles, estudos com ressonância magnética identificaram que a quantidade e a frequência das conexões cerebrais nessa região são maiores nas pessoas que apresentam melhores desempenhos intelectuais.

Os profissionais da área apontam que uma inteligência desenvolvida é resultante não apenas de um bom desempenho do córtex pré-frontal, mas também das ligações estabelecidas entre ele e as demais áreas do cérebro. Nas pesquisas, os participantes são submetidos a testes de lógica e controle cognitivo. Aqueles com melhor desempenho demonstraram maior atividade neural na região, o que os ajuda a detectar e resolver problemas.

O córtex pré-frontal é como uma grande central que distribui informações, influencia e monitora as atividades dos outros setores cerebrais. Há evidências de que ele está associado a importantes funções, como: organização e planejamento, tomadas de decisão, modulação do comportamento social, controle inibitório, atenção, memória e previsão de resultados. Além dos prejuízos intelectuais, problemas nessa região também afetam a impulsividade e a agressividade.

Em conclusão, o próprio conceito de inteligência é muito vasto, de modo que as diferentes capacidades humanas são processadas em pontos distintos do cérebro. No entanto, vale ressaltar que quem “comanda” todos esses processos é o lobo frontal do cérebro, mais especificamente o córtex pré-frontal. 

A neurociência, por meio das tecnologias cada vez mais avançadas, tem procurado compreender melhor as atividades dessa região e a sua relação com os complexos pensamentos e comportamentos humanos.

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