O afeto é um sentimento de ternura que uma pessoa expressa por outra, o que pode ocorrer em diferentes níveis de intensidade, como a amizade, a paixão e o amor. Diante disso, podemos criar laços de afeto com parceiros amorosos, com amigos, com familiares, com vizinhos e até mesmo com colegas de trabalho.

Nas relações humanas, criamos afeto uns pelos outros, o que é muito bacana, mas também demanda alguns cuidados. Se alguém nutre por você uma admiração e uma confiança profunda, é importante agir no sentido de não quebrar essa confiança e decepcionar a pessoa. É aí que entra o conceito de responsabilidade afetiva, que você vai entender neste artigo. Siga em frente e tenha uma ótima leitura!

O que é a responsabilidade afetiva?

A responsabilidade afetiva é, de acordo com a psicologia, o ato que uma pessoa tem de se responsabilizar pelo afeto e pelas expectativas que as demais pessoas criam a seu respeito, sejam elas de amor, de amizade, de coleguismo etc.

Uma pessoa afetivamente responsável age no sentido de não ferir o sentimento do outro, comunicando-se com clareza e objetividade, respeitando acordos e jamais expondo o outro a situações constrangedoras.

Isso não quer dizer que a responsabilidade afetiva acabe com todo o sofrimento do mundo. Se uma pessoa casada se apaixona por outra, ela precisa explicar ao cônjuge o que está acontecendo. A responsabilidade afetiva, nesse caso, é agir com transparência e terminar a relação, em vez de recorrer à traição. Haverá sofrimento, mas trata-se ao menos de uma forma digna e respeitosa de lidar com a situação.

A transparência, o respeito, a clareza de comunicação e os “combinados” entre os envolvidos em qualquer relação são os pilares básicos desse elemento tão essencial aos relacionamentos humanos. Inclusive, o termo “responsabilidade emocional” também é empregado como um sinônimo de responsabilidade afetiva.

Quais são os impactos da falta de responsabilidade afetiva?

PSC

A falta de responsabilidade afetiva faz com que as pessoas falem e ajam sem considerar os sentimentos dos outros. O marido que trai a mulher, o irmão que ofende o outro, o chefe que humilha o funcionário ao corrigir um erro, o professor que intimida o aluno — todas essas situações refletem a falta de responsabilidade afetiva, em que as pessoas, preocupadas exclusivamente com os seus próprios interesses, ignoram ou não se importam com as emoções sentidas pelo outro.

Por isso, a responsabilidade afetiva depende diretamente da empatia, ou seja, da capacidade de colocar-se no lugar do outro e de imaginar o que você sentiria se estivesse naquela situação. Fazer esse exercício constantemente gera respeito em qualquer tipo de relação: amorosa, familiar, de trabalho, de amizade etc.

Não apenas a traição, mas também o egoísmo, a exclusão, a mentira, a agressividade na comunicação e o abuso psicológico revelam a falta de responsabilidade afetiva. “Eu pensei que nós éramos amigos” é uma clássica frase que revela a falta de responsabilidade afetiva, provavelmente porque o amigo feriu os sentimentos daquele indivíduo, quebrando a sua confiança de uma maneira que ele jamais imaginava que pudesse acontecer.

Basicamente, a falta de responsabilidade afetiva gera o sofrimento que poderia ter sido evitado, isto é, um sofrimento desnecessário. Se o seu namorado se apaixona por outra mulher (o que pode acontecer a qualquer pessoa) e decide terminar a relação com você, por exemplo, é claro que haverá algum sofrimento, pois é inevitável. No entanto, se ele faz uma traição, aí temos uma humilhação; um sofrimento que poderia ter sido evitado, caracterizando a falta de responsabilidade afetiva.

Em quais momentos precisamos desenvolver a responsabilidade afetiva?

A responsabilidade afetiva é um atributo que deve nortear todas as nossas ações, sejam elas em relação aos nossos amigos, namorados, familiares, chefes, colegas de trabalho, professores, alunos, vizinhos etc. É importante agir no sentido de não gerar a essas pessoas um sofrimento que pode ser evitado, respeitando os seus sentimentos e a consideração que elas têm por você.

Se alguém lhe contou um segredo, guarde a informação. Se alguém lhe contou alguma fragilidade ou momento difícil, respeite essa circunstância e ajude a pessoa naquilo que lhe for possível.

Isso não quer dizer que você deve renunciar aos seus interesses e fazer tudo o que os outros esperam de você — o que também não é nada saudável. Se o seu pai sempre quis que você fosse médico, por exemplo, mas o seu sonho é estudar arquitetura, você não deve abrir mão da sua vontade para agradá-lo. A responsabilidade afetiva, nesse caso, seria conversar com ele e explicar, de um modo empático e solidário, que você vai seguir outro caminho.

Como podemos ser afetivamente responsáveis?

A resposta a essa pergunta está em uma única, mas extremamente poderosa, palavra: empatia. Não faça aos outros aquilo de que você não gostaria que fizessem a você.

Se você é chefe no seu departamento de trabalho, trate os seus funcionários assim como você gostaria que os seus chefes o tratassem (você deve orientá-los e corrigi-los, mas sem ofendê-los ou intimidá-los). Se um amigo abre o coração com você, revelando sentimentos profundos, respeite a confiança que ele deposita em você e não conte a ninguém o que ouviu. Faça continuamente esse exercício de colocar-se no lugar do outro para definir como você pode agir em relação a ele.

Infelizmente, nós nem sempre conseguimos identificar sozinhos os sentimentos do outro. Nesse caso, converse com ele, pergunte como ele está se sentindo. Você pode se surpreender com as respostas que receber, mas elas serão extremamente úteis para que você aja com empatia, isto é, respeitando o afeto que aquela pessoa nutre por você.

Conclusão

O escritor francês Antoine de Saint-Exupéry afirma no livro “O Pequeno Príncipe” a célebre frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. A frase é a essência da responsabilidade afetiva: você não deve renunciar a si mesmo para agradar aos outros, mas precisa agir com respeito e consideração pela confiança e pela admiração que as demais pessoas nutrem a seu respeito.

E você, querida pessoa, o que tem feito para melhorar os seus relacionamentos na questão da responsabilidade afetiva? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!