Você já se sentiu uma fraude? Como se, mesmo chegando aonde chegou, você não você merecedor das suas conquistas? Ou como se tivesse a sensação constante de que as suas competências não são suficientes para a posição em que você se encontra? Fique atento, pois você pode estar sofrendo com a “síndrome do impostor”.

A síndrome do impostor é um efeito psicológico que não condiz com a realidade, que provoca nas pessoas uma visão distorcida e pessimista sobre as suas próprias capacidades. O termo foi cunhado no final dos anos 1970 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes. Personalidades como Natalie Portman e Michelle Obama já falaram abertamente sobre lidarem com essa síndrome.

Neste artigo, vamos compreender melhor o significado da síndrome do impostor, quais são os seus sinais mais característicos e o que é possível fazer para resolver o problema. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

Síndrome do impostor: o que é e por que surge?

A síndrome do impostor não é oficialmente reconhecida como uma doença, mas é um transtorno de autopercepção que pode estar associado a outras doenças, como depressão ou transtornos ansiosos.

Quem desenvolve essa condição tem pensamentos frequentes sobre não ser capaz de alcançar os seus objetivos e sobre não ter merecido as conquistas que já foram obtidas. É comum que essas pessoas justifiquem as suas vitórias com desculpas do tipo: “eu dei sorte”, “muita gente me ajudou” etc., deixando de acreditar e de confiar nas próprias capacidades.

Algumas pessoas podem ter uma predisposição a esse problema, mas é fato constatado entre os especialistas que o meio em que a pessoa se encontra pode reforçar a insegurança e a baixa autoestima, podendo provocar a síndrome.

Quem são as maiores vitimas do problema?

PSC

Qualquer pessoa pode sofrer com a síndrome do impostor, mas há alguns grupos de maior vulnerabilidade:

  • Pessoas tímidas;
  • Indivíduos que sofreram com alto nível de cobrança na infância e na adolescência;
  • Pessoas com baixo autoconhecimento (que não conhecem bem as suas próprias características);
  • Mulheres, que historicamente sofrem mais, devido às marcas de uma sociedade machista;
  • Vítimas de discriminações de qualquer tipo;
  • Profissionais que trabalham em ambientes altamente competitivos.

Quais são os sinais da síndrome?

É importante ficar atento aos sinais da síndrome do impostor, a fim de detectar o problema o quanto antes e procurar ajuda. Conheça-os na sequência.

1. Sensação de não pertencimento

É comum surgir uma sensação de não pertencer ao lugar em que a pessoa se encontra, como uma empresa, uma equipe de trabalho, um cargo específico e até mesmo uma posição familiar (esposa, mãe etc.). Essa sensação pode levar as pessoas a se afastarem do grupo em que estão inseridas, preferindo o isolamento.

2. Procrastinação

A procrastinação é o efeito de adiar constantemente a realização das obrigações, geralmente envolvendo as tarefas mais complexas e/ou mais importantes. Como a vítima da síndrome do impostor é insegura e pouco confiante acerca das suas próprias capacidades, ela tende a adiar a realização de uma atividade o quanto for possível, por medo de fracassar.

3. Autossabotagem

A autossabotagem significa sabotar a si mesmo e às próprias atividades em que a pessoa estiver envolvida. Isso é um mecanismo de defesa em que o indivíduo foge das suas responsabilidades, pois prefere lidar com a certeza do fracasso do que com a dúvida do sucesso. Esse fator leva as pessoas a perderem grandes oportunidades de crescimento pessoal e profissional, gerando arrependimentos com alguma frequência.

4. Autodepreciação

A autodepreciação consiste em referir-se a si mesmo com uma opinião muito negativa acerca das próprias características. Em outras palavras, é aquela postura de quem sempre se coloca “para baixo”, falando muito mais dos próprios defeitos e erros do que das suas qualidades e acertos. São amargurados, com baixa autoestima e com pouco amor-próprio, desenvolvendo uma necessidade de aprovação externa para sentirem-se melhores consigo mesmos, pois não conseguem fazer isso sozinhos.

5. Ingratidão

A ingratidão é um traço que pode se manifestar nas pessoas que sofrem da síndrome do impostor de uma maneira muito característica.  Como elas mesmas não acreditam nas próprias qualidades, tendem a renegar os elogios que recebem de outras pessoas. Chegam mesmo a duvidar se elas estão de fato as elogiando ou se estão sendo sarcásticas.

6. Perfeccionismo

Quando uma pessoa confia pouco nas suas qualidades, tende a se esforçar cada vez mais para alcançar padrões de qualidade muito altos. Essa postura gera uma autocrítica excessiva e uma atitude perfeccionista em relação a si. Toda pessoa pode e deve avaliar as suas atitudes e resultados, mas, no caso da síndrome do impostor, o indivíduo é muito rígido e pode ficar frustrado com os padrões impostos a si mesmo. Assim, ele não lida bem com o próprio erro, mais do que com os erros dos outros.

7. Comparações constantes

Por fim, outra característica frequente na síndrome do impostor é a comparação constante com outras pessoas. Como se o ato de comparar já não fosse delicado, as comparações feitas são distorcidas, ou seja, geram a crença de que o outro sempre é superior a si. Nessas análises, o indivíduo encontra muitas qualidades nos outros, e poucas em si; mas identifica poucos defeitos nos outros, e muitos em si.

Como combater a síndrome do impostor?

A síndrome do impostor, segundo os psicólogos, pode ser difícil de identificar. Por isso, é muito importante ficar atento aos sinais e evitar que eles se perpetuem ao longo do tempo. A psicoterapia e as sessões de coaching podem ser úteis para que a pessoa desenvolva o autoconhecimento, isto é, que conheça e acredite mais nos próprios potenciais.

Algumas dicas práticas são:

  • Questione-se se os seus pensamentos negativos acerca de si mesmo têm alguma comprovação;
  • Verifique os motivos pelos quais você chegou aonde chegou e reconheça os seus méritos e qualidades;
  • Avalie o seu trabalho de forma técnica, verificando se o seu rigor consigo mesmo é igual ao que você aplica às outras pessoas;
  • Se cometer erros, entenda que eles fazem parte da experiência humana. Verifique o que você pode aprender com eles, em vez de se punir;
  • Peça a opinião de chefes, colegas e clientes acerca do seu trabalho;
  • Leve em consideração as opiniões deles, mas entenda que a sua necessidade de aprovação alheia deve diminuir. Desenvolva o autoconhecimento para que você mesmo possa avaliar-se com equilíbrio.

E você, ser de luz, é uma vítima da síndrome do impostor? Por quê? De que maneiras você pode evitar que esse problema cresça? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!