Você sabe quais são os recursos mais valiosos de uma empresa? São os seus recursos humanos, ou seja, as pessoas que fazem parte dela. Não adianta que uma organização tenha infraestrutura excelente, tecnologia de ponta e muito dinheiro se não houver pessoas que saibam o que fazer com tudo isso.

É nesse contexto que surgem as empresas people centric, ou seja, centradas em pessoas. Neste artigo, você vai entender melhor as principais características desse tipo de organização e compreender por que elas surgiram e estão se tornando cada vez mais comuns. Ficou curioso? Então, é só dar continuidade à leitura para saber mais!

Por que esse modelo surgiu?

Uma empresa é feita de pessoas para pessoas. Essa é a filosofia das empresas people centric, como a Netflix e a Apple. O objetivo desse modelo é cativar as pessoas de tal maneira que estejam cada vez mais motivadas por fazer parte dessas organizações. Reconhecer o valor das equipes engajadas é uma maneira de reter talentos, de elevar a produtividade, de criar um clima organizacional excelente e de alcançar o sucesso e o bem-estar por meio do trabalho.

Ainda existem muitas empresas que reproduzem um já ultrapassado modelo industrial de gestão. Enxergam clientes como números e funcionários como máquinas. O modelo people centric surge em oposição a esse sistema, promovendo um trabalho mais colaborativo e que valoriza as pessoas. Assim, cada colaborador se sente parte de algo maior, sendo reconhecido pelos seus méritos e tratado como um ser humano, e não como uma peça de engrenagem. Isso gera satisfação e motivação.

Quais são as principais características desse tipo de empresa?

Agora que você já compreende melhor o conceito de empresa people centric e por que esse modelo surgiu, vamos compreender algumas das suas principais características.

1. Valorização das pessoas, mais do que dos processos

As empresas comumente têm processos, ou seja, atividades rotineiras padronizadas, que aceleram a realização das tarefas e que permitem que todos saibam o que deve ser feito. O sistema people centric não é contra a existência de processos, mas entende que as pessoas precisam ser mais valorizadas do que eles.

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Dessa forma, o modelo propõe que haja flexibilidade e adequação a diferentes cenários, sem tanta rigidez nos métodos. Se um jeito diferente de trabalhar pode trazer resultados melhores, esse tipo de organização está sempre aberto às sugestões e experimentações. Por isso, esse modelo pressupõe uma gestão democrática, em que os colaboradores podem sugerir melhorias nos processos e atualizá-los de tempos em tempos.

2. Desenvolvimento da empatia

As empresas que funcionam nesse sistema também têm uma característica muito importante: os colaboradores não se enxergam uns aos outros como competidores, mas como pessoas que precisam colaborar entre si para que todos evoluam. Há nessas organizações uma forte consciência de que todos estão conectados e que o trabalho de cada um influencia o trabalho de todos.

Dessa forma, esse tipo de instituição age sempre no sentido de fortalecer valores, como a empatia, o altruísmo e a cooperação. Mais do que isso, já procura essas características nas pessoas nos próprios processos seletivos, de modo que aqueles que tenham uma postura mais egoísta e individualista não sejam aprovados.

3. Endomarketing

Se o marketing tradicional tem o objetivo de atrair o público externo para uma empresa, o endomarketing faz isso com o seu público interno. Em outras palavras, trata-se de um conjunto de ações para conquistar os próprios colaboradores da empresa e desenvolver neles a ideia de que trabalhar ali é ótimo.

Entre essas ações, estamos falando de salários adequados, de líderes que inspiram, de flexibilidade de horários, de feedbacks humanizados, de benefícios trabalhistas respeitados, de organização nos horários e nas demandas, de bonificações financeiras, de prêmios por merecimento, de investimentos em capacitação contínua, de qualidade de vida dentro da empresa, enfim, de fatores que retenham os talentos por gostarem de trabalhar ali.

4. Multifuncionalidade e sinergia

Nas organizações people centric, existe uma organização definida por cargos e departamentos. Todavia, todos os colaboradores sabem que o desempenho geral da empresa depende da harmonia entre todos os cargos e entre todos os setores. Dessa forma, todos se ajudam nos projetos em que estão envolvidos. Não existe uma rigidez em que, por exemplo, o marketing preocupa-se com as suas metas, mas pouco se importa com o desempenho do departamento de vendas.

O que se vê nesse modelo é o oposto: colaboradores de diferentes departamentos trocando ideias para que os melhores resultados possíveis sejam alcançados. A visão sistêmica é desenvolvida em todos os que fazem parte da organização, compreendendo que a satisfação do cliente depende do bom desempenho de todos.

5. Planos de desenvolvimento pessoal

As empresas que adotam essa filosofia de trabalho entendem que reter os talentos ali depende de oferecer a eles possibilidades de crescimento pessoal e profissional. Para que isso ocorra, essas organizações realizam avaliações de desempenho periódicas, seguidas de feedbacks humanizados — que reconhecem o que já está bom e que apontam o que pode melhorar, sempre com respeito e motivação.

As sugestões de melhorias vêm em forma de dicas de comportamento, sugestões de leituras e investimento em capacitação contínua — por meio de cursos e treinamentos. É assim que cada colaborador desenvolve os seus conhecimentos e habilidades e se mostra pronto para assumir novos desafios. Por isso, é comum haver planos de carreira, com cargos e salários para cada colaborador, mantendo a motivação em alta. O indivíduo decide se deseja tornar-se um especialista na função ou um gestor de área.

6. Respeito e cuidado com todos os stakeholders

Stakeholders são todos os grupos de indivíduos que têm algum tipo de interesse em uma empresa: colaboradores, clientes, potenciais clientes, sócios, investidores, parceiros, fornecedores e até mesmo concorrentes.

O modelo people centric pressupõe que todos esses grupos sejam tratados com respeito, dignidade, reconhecimento, ética e transparência. Mesmo que alguns desses grupos eventualmente apresentem conflitos de interesses, cabe à empresa definir regras justas para tomar as suas decisões e manter relações equilibradas e saudáveis com os seus diferentes públicos.

Como você pode ver, uma empresa people centric apresenta algumas características importantes para valorizar os seres humanos que fazem parte dela, de alguma maneira. Isso fortalece a motivação do colaborador, a produtividade organizacional e a satisfação do cliente, podendo ser um importante diferencial sobre a concorrência.

E você, querida pessoa, conhece alguma empresa people centric? O que você pensa sobre esse modelo? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!