Você já teve algum colega de trabalho que até é bastante assíduo na empresa, mas que parece estar sempre com a cabeça em outro lugar? São pessoas que estão sempre ali nas suas mesas de trabalho, mas sem de fato fazer nada, ou apenas fazendo aquilo que lhes pedem, sem muita atenção ou vínculo emocional com aquilo que estão fazendo.

Essa atitude é conhecida como “presenteísmo” e é bastante prejudicial, tanto para as empresas como para a carreira do próprio colaborador. Neste artigo, você vai entender o que é esse problema, quais são as suas consequências e o que pode ser feito para que ele seja evitado. Siga em frente e tenha uma ótima leitura!

Presenteísmo: definição

O presenteísmo ocorre quando um colaborador se faz presente em seu ambiente de trabalho, mas não se conecta verdadeiramente com aquilo que ele faz. Ele apenas está ali, de forma automática, fazendo o que consegue, mas sem se preocupar de fato com os resultados dos seus atos.

Geralmente, essa atitude tem relação com momentos muito estressantes, condições de trabalho inadequadas, exaustão física/emocional ou simplesmente com uma profunda desmotivação em relação ao trabalho. Como o que as empresas esperam é alguém dedicado, criativo e minimamente empolgado com as atividades, o presenteísmo torna-se um grave problema.

O presenteísmo não necessariamente é um desvio de caráter do colaborador que simplesmente não quer trabalhar. Na verdade, ele pode ser um sintoma de exaustão mental e esgotamento, que faz com que o funcionário simplesmente deixe de fazer o que deve ou ao menos de fazê-lo com empenho e atenção.

O silêncio, a indiferença, a introversão, a queda na produtividade, a falta de engajamento, o distanciamento emocional em relação às atividades desenvolvidas e a sensação de trabalhar em “piloto automático” são os principais sinais para a detecção do presenteísmo.

Consequências do presenteísmo

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A prática do presenteísmo, ou seja, do ato de estar presente no trabalho sem dedicar-se verdadeiramente a ele, traz consequências à empresa e ao próprio indivíduo. Enquanto reflexo de um período de estresse, as pesquisas indicam que as pessoas afetadas por esse problema apresentam muitas dores de cabeça e dores musculares. A angústia e a ansiedade também são problemas que surgem concomitantemente.

Curiosamente, muitas dessas pessoas, mesmo em distanciamento emocional com as atividades, fazem horas extras, de modo a dar a entender aos colegas e supervisores que elas estão ali empenhadas, mas a verdade é que estão apenas presentes fisicamente.

O presenteísmo também tende a crescer nos momentos de crises econômicas, tendo em vista que as pessoas, por mais que estejam insatisfeitas com o trabalho, não pensam em pedir demissão e encontrar outra oportunidade, já que o cenário econômico desfavorável lhes gera medo. Assim, continuam onde estão, mas sem sentirem-se felizes ou conectadas com as suas atividades.

Essa desconexão com o trabalho, mas com a ansiedade de manter um emprego, pode levar o indivíduo a sentir-se desamparado e desesperado. Segundo alguns pesquisadores do tema, o quadro pode levar alguns profissionais ao abuso de álcool e de medicações para tentar se “anestesiar” diante da questão.

Impactos nas empresas

Se o presenteísmo traz consequências negativas para as vidas das pessoas que passam pelo problema, elas também se estendem às empresas em que esses indivíduos trabalham.

A falta de engajamento e motivação dos colaboradores gera uma queda na produtividade e, consequentemente, na lucratividade da organização. Trabalhos entregues em qualidade abaixo do esperado, com erros ou mesmo incompletos podem gerar atrasos em projetos e ocasionar a perda de clientes. Isso tende a gerar conflitos entre o colaborador e o seu supervisor ou com os seus colegas, o que cria um clima ainda mais desagradável na empresa.

A instituição continua pagando o salário dos colaboradores acometidos com o presenteísmo, mas não vê um retorno financeiro no desempenho dessas pessoas. Como consequência, demissões tornam-se frequentes, o que eleva a rotatividade dos profissionais. Isso é um fator complicado, pois a troca constante de funcionários em uma posição demanda algum tempo até que o nível de produtividade seja restabelecido.

Além do mais, quando um colaborador não dá conta das suas funções, ele sobrecarrega os colegas, de modo que a exaustão física e mental começa a se “espalhar” pela organização. Isso gera conflitos entre os envolvidos, o que aumenta a insatisfação com o trabalho, em uma verdadeira bola de neve.

Maneiras para prevenir o problema

Agora que você já compreende o significado do presenteísmo, deve estar se perguntando sobre o que é possível fazer para evitar o problema. E primeiro lugar, é importante que haja um canal de comunicação aberto entre os colaboradores e os seus líderes, de modo que eles possam se abrir em relação ao que pensam sobre o ambiente de trabalho. Pesquisas internas de satisfação são úteis nesse sentido.

Dessa forma, os líderes da empresa e o próprio departamento de recursos humanos podem adotar ações para amenizar o estresse e a ansiedade no trabalho, como a reorganização das demandas, o combate ao assédio nas empresas, a criação de espaços de descompressão, o acompanhamento psicológico etc.

As reuniões com os colaboradores podem ser muito úteis também para discutir possibilidades de melhoria no trabalho. Além disso, é importante que os líderes conversem com cada colaborador individualmente para discutir o seu plano de carreira, de modo que encontrem mais motivação para trabalhar e crescer. Para isso, é fundamental oferecer cursos e treinamentos de capacitação profissional.

Por fim, é necessário que as empresas enxerguem os colaboradores como seres humanos, e não como máquinas de produzir. Assim, é preciso investir em comunicação interna, remunerações adequadas, endomarketing e qualidade de vida no trabalho para elevar o moral de todos.

Conclusão

O presenteísmo no trabalho consiste no ato de estar presente na empresa, mas sem dedicar-se adequadamente a ela, em um quadro frequentemente associado ao estresse e à desmotivação. As consequências são negativas, tanto para o colaborador como para a empresa. Por isso, é necessário agir no sentido de melhorar a qualidade de vida de todos no trabalho a fim de prevenir essa questão.

E você, ser de luz, já vivenciou ou conhece alguém que tenha vivenciado questões parecidas em alguma das empresas por onde já tenha passado? Então, deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!